Estudo sugere que Eliza R. Snow teria sofrido abuso
Eliza Roxcy Snow foi a segunda presidente geral da Sociedade de Socorro. Ela dedicou sua vida a serviço do Senhor. Certa vez, durante uma conferência da Sociedade de Socorro da Estaca Salt Lake em 15 de setembro de 1887, ela compartilhou:
“Vivo para ser capaz de fazer a vontade do Pai”.
Um estudo apresentado pela professora de História Andrea Radke-Moss, da Universidade Brigham Young-Idaho, sugere que Eliza Snow teria sido abusada por oito perseguidores da Igreja do Estado do Missouri, Estados Unidos. A notícia foi divulgada em inglês no The Salt Lake Tribune. A professora Radke-Moss disse:
“O estupro foi brutal, e por isso Eliza se tornou incapaz de ter filhos. Joseph Smith ofereceu-lhe o casamento como uma forma de prometer a ela que ela ainda teria descendência eterna e que ela seria uma mãe em Sião.”
Um dos capítulos mais dolorosos da história da Igreja ocorreu quando os membros foram injustamente expulsos do Estado do Missouri:
“Os santos no Missouri começaram a sofrer enormes perseguições na metade do ano de 1833. Consequentemente, os membros da Igreja concordaram em sair do Condado de Jackson até janeiro de 1834. Em outubro e novembro de 1833, porém, as perseguições voltaram a intensificar-se.
Turbas uniram-se e agrediram alguns santos, destruíram casas, móveis, plantações e animais e expulsaram centenas de santos dos últimos dias de casa, isso quando o inverno estava começando. A maioria dos membros da Igreja cruzou o rio Missouri para chegar o Condado de Clay e construir abrigos permanentes.
O Profeta Joseph Smith escreveu: “As cenas eram indescritíveis e enterneceriam o coração de qualquer pessoa do mundo, com exceção de opressores desalmados e homens intolerantes, preconceituosos e ignorantes”.
Eliza R. Snow foi a Presidente da Sociedade de Socorro que serviu por mais tempo neste chamado. Ela era uma forte defensora do sufrágio feminino e ficou conhecida como a poetiza de Sião. Entre seus textos mais conhecido está o hino “Ó Meu Pai”, que indica à crença dos Santos dos Últimos Dias em uma Mãe Celestial.
Ainda que provável, o estupro não é confirmado documentalmente. Esta hipótese é reforçada somente por menções em duas biografias, a de Alice Merrill Horne (que quando criança ouviu mulheres falando sobre o estupro de Eliza R. Snow) e a especulação de Jill Mulvay Derr (um dos biógrafos de Eliza R. Snow).
Assim, o estudo apenas abre caminho para mais pesquisas e discussões, sem ter a intenção de ser definitivo. Se confirmado, o terrível evento que Eliza teria vivido poderia, segundo a professora, “servir de exemplo” para mulheres que enfrentam estupros.
A professora também acrescenta que isso poderia “ajudar a entender a justificativa dos casamentos plurais: a poligamia traria [para Eliza] um conforto espiritual após um crime brutal que a tornou infértil, além de oferecer proteção diante do trauma e da violência sexual que as mulheres mórmons enfrentaram”.