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5 razões pelas quais pessoas se afastam da Igreja

Cristo ensinou que o caminho que conduz à vida eterna é “estreito e apertado”. Eu e você provavelmente conhecemos pessoas que por motivos diversos se afastaram dele. E, por vezes, nos sentimos incapazes de ajudá-las no caminho de volta.

Não podemos listar todas as razões pelas quais as pessoas se afastam da Igreja. Contudo, problemas comuns que levam muitos a desistirem estão relacionados a uma ou mais das razões listadas abaixo:

A ofensa

Entre as razões pelas quais as pessoas se afastam da Igreja, a mais comum é normalmente sentir-se ofendido. Algumas pessoas abandonam o Evangelho por não serem cumprimentadas na Igreja, algumas por não receberem visitas de líderes, enquanto outras por desentendimentos com algum membro. 

O principal problema daqueles que abandonam seus convênios por se sentirem ofendidos é a falsa ideia de que estão justificados com Deus por sua escolha de partir. Essa ideia é errada e, de certa forma, egoísta.

Enquanto serviu como presidente da estaca e tentava ajudar pessas que haviam se afastado do evangelho de Jesus Cristo, o Élder David A. Bednar compartilhou que sempre perguntava algo assim com aquelas pessoas:

“Deixem-me ver se compreendi o que aconteceu com vocês. Porque alguém na Igreja os ofendeu, vocês deixaram de ser abençoados pela ordenança do sacramento. Renunciaram à companhia constante do Espírito Santo. Porque alguém na Igreja os ofendeu, afastaram-se das ordenanças do sacerdócio e do templo sagrado. Abriram mão da oportunidade de servir ao próximo e de aprender e crescer. E agora estão erguendo barreiras que impedirão o progresso espiritual dos seus filhos, dos filhos dos seus filhos e das gerações seguintes.

Ofender-nos é uma escolha que fazemos; não é uma condição infligida ou imposta a nós por alguém ou algo.”

É difícil entender por que alguém abriria mão de tantas bênçãos, tanto temporais quanto eternas, por causa de um desentendimento com outro membro. Devemos deixar o orgulho de lado, buscar o perdão divino e a força para perdoar. 

Quão triste seria perceber, no fim da vida, que essa escolha afastou bênçãos de você, sua família e amigos, tudo por causa de um desentendimento e a decisão de se sentir ofendido.

O pecado

Por mais difícil que seja admitir, o pecado muitas vezes é a verdadeira razão por trás da decisão de deixar a Igreja. O pecado afasta o Espírito Santo e gera culpa, que afeta a mente e o espírito, assim como a dor afeta o corpo. 

Todos pecamos e precisamos de arrependimento constante, mudando atitudes e hábitos para nos tornarmos mais semelhantes a Cristo. O problema é que o arrependimento exige um sacrifício que muitos não estão dispostos a fazer. 

Em vez de buscar ajuda, a pessoa prefere omitir, e assim a culpa retorna, criando um sentimento de incapacidade de ser fiel. Muitos, nesse caso, acham mais fácil adotar um estilo de vida onde o pecado é aceito, ao invés de procurar ajuda, pois pensam que, se não há Igreja, não há convênios, mandamentos ou pecado. 

Essa lógica é similar à de uma criança que acredita que ninguém pode vê-la quando fecha os olhos. Fechar os olhos para os problemas não os faz desaparecer da realidade. A irmã Kristin Yee ensinou:

“Às vezes, vocês podem sentir que não é possível ser redimido, que talvez vocês sejam uma exceção ao amor de Deus e ao poder expiatório do Salvador devido ao que estão enfrentando ou por causa do que fizeram. Mas testifico que vocês não estão fora do alcance do Mestre. O Salvador ‘desceu abaixo de todas as coisas’ e está na posição divina de erguer e resgatar vocês do abismo mais sombrio e trazê-los à ‘sua maravilhosa luz’. Por meio de Seus sofrimentos, Ele preparou o caminho para cada um de nós sobrepujar nossas fraquezas e nossos pecados. ‘Ele tem todo o poder para salvar cada homem que crê em seu nome e apresenta frutos dignos do arrependimento.’”

É muito difícil

“Ir à Igreja por duas horas, servir em um chamado, servir missão, guardar a palavra de sabedoria, o dia do Senhor e o dízimo? Quanta coisa.” Olhando por essa perspectiva, ser um membro fiel da Igreja pode parecer difícil, e, por vezes, desmotiva as pessoas. Mas Joseph Smith ensinou que:

“Uma religião que não requer o sacrifício de todas as coisas jamais terá o poder suficiente para produzir a fé necessária para a vida e salvação.”

A verdade exige sacrifícios, mas ela compensa qualquer sacrifício. Aqueles que se comprometem firmemente a guardar os convênios logo começam a enxergar os sacrifícios como investimentos, percebendo que as bênçãos recebidas superam de longe o preço pago.

Não compreender a Doutrina

Raramente uma pessoa que entende a doutrina de Cristo decide, conscientemente, abandoná-la, pois ela traz respostas para as dúvidas e perguntas da alma e implusiona para seguir em frente. 

A Igreja é composta, em grande parte, por pessoas comuns, sem formação teológica ou técnica, mas com testemunho e desejo de compartilhá-lo. 

O Apóstolo Paulo descreveu os ensinamentos do Evangelho como “leite” (princípios básicos) e “carne” (entendimento mais profundo). Tentar compreender a “carne”sem viver os princípios do “leite” pode causar confusão e impedir a edificação. 

O entendimento do Evangelho é gradual e exige dedicação pessoal, “pelo estudo e também pela fé” (D&C 88:118). Ao buscar com diligência, o Senhor abençoará com conhecimento e sabedoria, transformando fraquezas em forças e dúvidas em convicções.

Conteúdos contra a Restauração do Evangelho

Vivemos em uma época em que quase toda informação está a um clique de distância, o que torna comum a disseminação de conteúdos com ataques à Igreja. A propaganda contra a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tenta criar um ar de informação bombástica, que leva o leitor a acreditar falsamente que a Igreja omite fatos ou informações.

É importante entender que o simples fato de algo ser escrito ou publicado não significa que seja verdade. Na época de Cristo, muito se falava contra Ele, gerando dúvidas até entre Seus seguidores mais leais. No entanto, não damos credibilidade a esses ataques, pois sabemos que vieram de Seus inimigos.

Da mesma forma, muito do que se questiona sobre a Igreja vem de pessoas sem uma base neutra. Ao se deparar com conteúdos contra a Igreja de Jesus Cristo, antes de abandonar a Igreja e concluir que tudo é falso, busque entender o que o Evangelho restaurado ensina. 

Ninguém joga um quebra-cabeça fora ao encontrar uma peça que não se encaixa. Espera-se até que outras peças se ajustem, revelando o lugar correto para a peça guardada. Da mesma forma, não abandone seus convênios e promessas por causa de uma dúvida não compreendida no momento. Guarde a “peça” e tenha paciência até encontrar o lugar certo para encaixá-la.

Conserva a tua rota

Eu amo ser membro da Igreja restaurada de Jesus Cristo, e nada me traz mais felicidade do que o Evangelho em minha vida. Já me senti ofendido, já pequei, já tive minha fé questionada por conteúdos contra a Igreja de Jesus Cristo.

Não compreendo todos os ensinamentos de Deus e às vezes sinto que o caminho é difícil. Mas as certezas que eu tenho são o combustível que me faz prosseguir e ir à Igreja todo domingo.

Veja também: Perguntas e respostas: como podemos ser menos orgulhosos?

| Para refletir
Publicado por: Luiz Botelho
Luiz Botelho serviu na Missão Santa Maria e atualmente mora em Provo-Ut. Estuda Antropologia na Utah Valley University e descobriu na Ciência, História, Filosofia e Teologia sua verdadeira paixão. Atualmente trabalha voluntariamente como Diretor Internacional da FairMormon, é autor do Interpretenefita.com e um dos Diretores da More Good Foundation no Brasil.
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