Atentado Terrorista aos EUA completa 14 anos
Em 11 de setembro de 2001, o grupo terrorista Al Qaeda atirou dois aviões contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York nos EUA. Eram quase 9h da manhã em Nova York. Alguns minutos depois, um terceiro avião atingiu o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA que fica próximo a Washington D.C., capital do país.
Uma quarta aeronave caiu em uma área rural no estado da Pensilvânia antes de atingir seu alvo, após os passageiros tentarem retomar o controle da aeronave. O plano dos terroristas era jogar o avião contra o Capitólio, casa do poder legislativo norte-americano.
Cerca de 4 mil pessoas morreram, incluindo os terroristas, todos os passageiros das quatro aeronaves, bombeiros, funcionários do Pentágono e muitas pessoas que trabalhavam no WTC.
Para além das vítimas, o 11 de setembro também teve sérios desdobramentos militares. O presidente dos Estados Unidos, na época, George W. Bush aprovou, no mês seguinte, o USA Patriot Act (Lei Patriota), que permitia ao governo, entre outras coisas, invadir casas, espionar cidadãos, interrogar suspeitos sem precisar pedir autorização judicial ou respeitar o direito à defesa e julgamento. Os EUA também lideraram, junto com outros países, a chamada “Guerra ao Terror”, que levou à invasão do Afeganistão em outubro de 2001, e do Iraque em 2003, países acusados de dar suporte ao grupo terrorista.
Certamente foi um dos acontecimento mais trágicos da História. Na época, os líderes da Igreja fizeram muitas declarações para guiar os membros e não-membros durante o terror que se apoderou das pessoas.
Na conferência geral que aconteceu logo após o ataque terrorista ao World Trade Center e ao Pentágono, o Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) falou o seguinte:
“Todos vocês têm conhecimento vívido dos acontecimentos de 11 de setembro, há menos de um mês. Devido a esse ataque perverso e horrendo, entramos em estado de guerra. É a primeira guerra do século 21. O século passado foi descrito como o mais castigado por guerras na história da humanidade. Agora estamos prestes a iniciar outra incursão perigosa, cujos desdobramentos e desfecho desconhecemos. Pela primeira vez desde que nos tornamos uma nação, os Estados Unidos foram atacados seriamente em seu território continental. Mas este ataque não foi apenas contra os Estados Unidos. Foi um ataque contra homens e nações de bem em todo o mundo. Foi planejado com cuidado, executado com audácia e os resultados foram desastrosos. Estima-se que mais de 5.000 pessoas inocentes tenham morrido. Entre elas, havia muitas vítimas de outros países. Foi algo cruel e astuto, um ato de extrema maldade.
Recentemente, ao lado de alguns líderes religiosos nacionais, fui convidado à Casa Branca para reunir-me com o Presidente. Ao conversar conosco, ele foi franco e direto.
Naquela mesma noite, ele fez um pronunciamento ao Congresso Nacional usando palavras inequívocas sobre a determinação dos Estados Unidos e suas nações amigas de localizar os terroristas que foram responsáveis pelo planejamento desse ato terrível e todos os que lhes tenham dado cobertura.
Agora estamos em guerra. Grandes forças estão sendo mobilizadas, e continuarão a ser. Alianças políticas estão-se formando. Não sabemos quanto tempo durará este conflito. Não sabemos quanto custará em vidas humanas e em recursos financeiros. Não sabemos de que forma ele se conduzirá. Isso poderá repercutir no trabalho da Igreja de diversas maneiras. (…)
Não se trata de um conflito de cristãos contra muçulmanos. Fico feliz ao ver que alimentos estão sendo distribuídos às pessoas famintas de uma nação sob a mira das armas. Prezamos nossos vizinhos muçulmanos em todo o mundo e esperamos que aqueles que pautam a vida pelos padrões de sua fé não sofram. Peço em especial que nosso povo não se mobilize de forma alguma para perseguir inocentes. Muito pelo contrário, sejamos amistosos e prestativos e ofereçamos proteção e apoio. São as organizações terroristas que devem ser combatidas e destruídas.
Nós, membros da Igreja, temos algum conhecimento de tais grupos. O Livro de Mórmon fala a respeito dos ladrões de Gadiânton, uma organização secreta perniciosa e baseada em juramentos, cujo único fito era praticar o mal e a destruição. Em sua época, eles fizeram tudo a seu alcance, lançando mão de quaisquer meios existentes, para destruir a Igreja, iludir as pessoas com sofismas e tomar o poder na sociedade. Vemos as mesmas coisas na situação atual.
Somos um povo de paz. Somos seguidores do Cristo que era e é o Príncipe da Paz. Mas há momentos em que precisamos erguer-nos em defesa do que é certo e decente, da liberdade e da civilização, assim como Morôni arregimentou o povo em sua época para defender as esposas, filhos e a causa da liberdade (ver Alma 48:10)” [1]
Em uma mensagem aos membros da Igreja, o Presidente James E. Faust, conselheiro na Primeira Presidência instou os membros a não temerem. Ele disse: “Os Estados Unidos e grande parte do mundo foram mergulhados em um estado de medo pelos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Mas isto nada é de novo na história do mundo. Os papéis de terror e matança eram partes fundamentais da estratégia de Gadiânton na história dos nefitas. Esse terror perpetrado neste novo milênio foi ardilosamente planejado para nos amedrontar, mas o medo não nos controla. Nota-se o subseqüente medo produzido pelo antrax mais pernicioso psicologicamente porque ele é menos óbvio do que um desastre de avião. No entanto, lidamos com riscos muito mais comuns, como infecções bacterianas, que ocorrem diariamente. Estamos mais prontos a aceitar riscos com os quais estamos acostumados, como viajar em um automóvel ou até mesmo atravessar a rua.
Satanás é nosso maior inimigo e trabalha noite e dia para nos destruir. Mas, não precisamos ficar paralizados por medo do poder de Satanás. Não podemos ter nenhum poder superior a nós, a menos que o permitamos. Na realidade ele é um covarde, e se ficarmos firmes ele vai bater em retirada.” [2]
Uma membro da Igreja que perdeu o irmão no atentado terrorista escreveu: “Quase uma semana após os ataques, em 17 de setembro, recebemos a confirmação de que Brady tinha morrido. Acho que nunca perguntei: “Por que eu?” Mas certamente perguntei: “Por que ele?” Desde minha infância, eu amava e admirava Brady e queria ser exatamente como ele. Também me perguntei, “Por queagora?” Havia várias semanas, Brady vinha planejando uma viagem a Idaho para visitar a família. Tinha programado chegar na quinta-feira, 13 de setembro, apenas dois dias após sua morte.
Na primeira noite de volta ao trabalho depois de meu retorno para Idaho, abri minha conta de e-mail profissional, algo que não fazia desde 10 de setembro. E lá estava uma mensagem de Brady, enviada na manhã de terça-feira, pouco antes do atentado. Nela, falou sobre nosso encontro dentro de alguns dias e todos os passeios divertidos que planejáramos. Ao encerrar a mensagem, simplesmente escreveu: “Paz”.
Não era assim que Brady costumava terminar seus e-mails, mas vi nisso uma terna misericórdia do Senhor. Acho que Brady não sabia o que estava prestes a acontecer, mas adoro lembrar que suas últimas palavras — sua última palavra para mim tenha sido paz.
Ainda hoje, mais de uma década depois, releio aquele e-mail de vez em quando. Sempre que o faço, recordo que é por meio do evangelho que podemos encontrar a paz prometida pelo Salvador: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27).
É claro que ainda sinto saudades do Brady, mas por causa do evangelho, essa tribulação não me fez perder a fé. Com a ajuda do Salvador, consegui seguir em frente com esperança e paz.” [3]
No aniversário de dez anos do ataque às Torres Gêmeas, o Elder Dallin H. Oaks proferiu um Serão para os Jovens Adultos Solteiros intitulado “Verdade e Tolerância”. Entre seus grandes ensinamentos, Edler Oaks aborda a necessidade da moralidade em nossos tempos, o perigo do relativismo moral e a importância dos membros da Igreja participarem do debate publico. Ele disse:
“Como os seguidores de Jesus Cristo receberam o mandamento de ser um fermento — não para serem tirados do mundo, mas para permanecerem nele — precisamos buscar a tolerância daqueles que nos odeiam por não sermos do mundo. Como parte disso, às vezes precisamos desafiar leis que restrinjam nossa liberdade de praticar nossa fé, fazendo isso com confiança em nossos direitos constitucionais do livre exercício da religião. (…)
Nossa tolerância e respeito pelos outros e pelas crenças deles não nos faz abandonar nosso compromisso com as verdades que conhecemos e os convênios que fizemos. (…)
Não abandonamos a verdade nem nossos convênios. Fomos convocados como combatentes na guerra entre a verdade e o erro. Não há meio termo. Precisamos defender a verdade, mesmo ao praticar a tolerância e o respeito por crenças e conceitos que diferem dos nossos e para com as pessoas que os adotam.
Embora devamos praticar a tolerância e o respeito pelos outros e por suas crenças , inclusive a liberdade constitucional que eles têm de explicar e defender seu ponto de vista, não é exigido que respeitemos e toleremos uma conduta errada. Nosso dever para com a verdade exige que busquemos alívio de algum comportamento que seja errado. É fácil para a maioria dos crentes e dos descrentes reconhecer como erradas ou inaceitáveis as condutas extremas. Por exemplo: todos devemos deplorar o assassinato e outras condutas terroristas, mesmo que realizadas por extremistas em nome da religião. E todos temos que nos opor à violência e ao roubo.” [4]
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NOTAS
[1] Conference Report, outubro de 2001, p. 88; ou “Os Tempos em Que Vivemos”, A Liahona, janeiro de 2002, p. 83
[2] A Liahona, outubro de 2002. Clique aqui para ler.
[3] “Ele Deu-me Paz”, Carson Howell, Utah, EUA – A Liahona, Setembro de 2012. Clique aqui para ler.
[4] “Verdade e Tolerância”, Serão do SEI para Jovens Adultos • 11 de setembro de 2011 • Universidade Brigham Young. Clique aqui para acessar.