O que aprendemos com os nefitas que foram testemunhas do Cristo ressurreto
No Novo Testamento, o Cristo ressuscitado apareceu para muitas pessoas, incluindo Maria Madalena, a mulher que foi até a tumba, os Doze Apóstolos, os discípulos e de acordo com Paulo, “por mais de quinhentos irmãos” (1 Coríntios 15:16), assim como, é claro, para o próprio Paulo a caminho de Damasco.
Estimuladas por suas experiências pessoais, essas testemunhas destemidamente levaram a mensagem de Cristo ao mundo, perseverando a cada perseguição que sofriam.
Amo ler o Novo Testamento e ver o impacto da ressurreição de Cristo naqueles que a testemunharam.
Em outro hemisfério, o Cristo ressuscitado apareceu para uma grande multidão de 2500 pessoas. Todos os olhos estavam sobre Ele.
Presumimos que Ele poderia simplesmente ficar em frente daquela multidão e dar um sermão que mudaria vidas, o que já seria bom o suficiente, mas não foi isto que aconteceu.
Jesus convidou toda aquela multidão, “um por um”, não somente para ouvi-Lo com seus ouvidos e vê-Lo com seus olhos, mas para senti-Lo de uma maneira mais pessoal. Ele disse:
“Levantai-vos e aproximai-vos de mim, para que possais meter as mãos no meu lado e também apalpar as marcas dos cravos em minhas mãos e em meus pés, a fim de que saibais que eu sou o Deus de Israel e o Deus de toda a Terra e fui morto pelos pecados do mundo” 3 Néfi 11:14.
Uma coisa é apertar a mão de alguém e sentir uma pele tocando a outra, agora imagine ser convidado para tocar as feridas de alguém. É uma experiência intensa e pessoal – nesse caso, uma experiência intensa e sagrada.
Naquele dia, Jesus criou 2500 testemunhas de Sua ressurreição. Essa procissão emocionante e poderosa deve ter durado várias horas.
Se cada indivíduo naquela multidão tivesse levado 15 segundos para sentir as feridas do Salvador, teria levado 10 horas (essa era uma fila que todos ficaríamos felizes em espera durante um dia inteiro).
Imagine o impacto de 2500 testemunhas de Cristo que não somente ouviram suas palavras, mas tocaram suas mãos e sentiram suas feridas. Eles transformaram completamente a sociedade nefita por centenas de anos.
Na verdade, o livro de 4 Néfi, logo após o aparecimento de Cristo, cobre um período de aproximadamente 300 anos, mesmo que seja em um capítulo! Por que é tão curto?
Não havia o que reportar. As pessoas guardaram os mandamentos e prosperaram na terra, assim como prometido. Foi na terceira geração depois de Cristo que as coisas começaram a desintegrar.
Minha opinião pessoal é que a geração que esteve pessoalmente com Cristo estava envelhecendo e falecendo, e o poder de seus testemunhos morria com eles.
Não tenho memórias com os meus bisavôs, mas lembro de meus avós. Se eles tivessem olhado em meus olhos e me dissessem, “Eu estava lá, eu vi Ele, eu senti Suas mãos e Seu pés, e eu sei que Ele vive,” eu nunca esqueceria.
Porém, aquela geração, os avós em 4 Néfi, eventualmente faleceram, e quando as testemunhas de Cristo se foram, a sociedade começou a degenerar.
Sim, o Livro de Mórmon não é somente um segundo testamento de Cristo como um livro de registros de milhares de testemunhas de Cristo, é um testemunho do que o testemunho deles fez pela sociedade.
Eu amaria viver no lugar descrito no começo de 4 Néfi, entre todas aquelas testemunhas de Cristo.
“E certamente não poderia haver povo mais feliz entre todos os povos criados pela mão de Deus” 4 Néfi 1:16.
No livro de 4 Néfi, Mórmon menciona quatro vezes que “não houve contendas”, como se ele simplesmente não pudesse acreditar.
Como eles faziam? Acredito que a resposta esteja em 4 Néfi 1:15:
“E aconteceu que não havia contendas na terra, em virtude do amor a Deus que existia no coração do povo” 4 Néfi 1:15.
Quando aquelas 2500 almas sentiram as feridas do Salvador, elas certamente também sentiram o Seu amor – seu perfeito e divino amor – e “o amor de Deus” permaneceu com eles e os transformou para sempre.
Jesus Cristo ensinou:
“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” João 15:13.
A mais afortunada multidão sentiu as mãos de Jesus, literalmente segurando em suas próprias mãos a evidência física de que Ele havia dado a Sua vida por eles.
Um dos maravilhosos aspectos do estudo das escrituras é que podemos sentir indiretamente o que aquelas pessoas nas escrituras sentiram.
Ao lermos o Livro de Mórmon, este reservatório de respostas de ouro que é, acima de qualquer coisa, Outro Testamento de Jesus Cristo, nos juntamos àquelas 2500 pessoas.
E quando estudamos com gratidão e em espírito de oração, podemos sentir o Seu amor também.
Este amor de Deus nos trará suporte nesse mundo desafiador e nos dará esperança e coragem de seguir em frente até o dia prometido em que Jesus Cristo retornar.
Nesta gloriosa ocasião, acredito que também seremos convidados para sentir a ferida em seu lado e a sentir suas mãos e pés, sem questionar seu grande amor – não indiretamente, e não como parte de um grupo ou multidão, mas pessoalmente, um por um.
Fonte: LDS Living
Como Alma e Isaías nos ensinaram sobre a Expiação de Cristo no Livro de Mórmon