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J. Reuben Clark Jr.: Um Homem de Dons Incomuns

Este artigo foi elaborado a partir de um texto da A Liahona de abril de 2011 e de trechos da História da Igreja no livro História da Igreja na Plenitude dos Tempos.

Joshua Reuben Clark Jr. nasceu em Grantsville, Utah, em 1º de setembro de 1871. Embora ele não tivesse recebido muita instrução formal nem cursado a escola secundária, sua mãe lhe dera aulas particulares, e ele adorava aprender. Formou-se como primeiro da classe na Universidade de Utah com um bacharelado em Ciências e depois se formou em Direito na faculdade de Direito da Universidade Columbia, na cidade de Nova York.

O irmão Clark casou-se com Luacine Annetta Savage no Templo de Salt Lake em 1898 e o casal teve quatro filhos.

Com seu diploma de Direito e uma mente brilhante, J. Reuben Clark Jr. iniciou uma atuação notável na área jurídica e teve uma carreira brilhante em direito internacional e diplomacia, tendo servido como vice-ministro do exterior e embaixador dos Estados Unidos no México em 1930. Porém, essa carreira chegou ao fim quando o irmão Clark foi apoiado como segundo conselheiro do Presidente Heber J. Grant na Primeira Presidência em 6 de abril de 1933. Embora ele fosse sumo sacerdote na época, não era Autoridade Geral. Foi ordenado apóstolo quando, em seguida, foi apoiado como primeiro conselheiro do Presidente Grant em outubro de 1934.

O Presidente Grant instruiu seu novo conselheiro a elaborar um plano de assistência para os santos. Em julho de 1933, a Primeira Presidência estabeleceu os princípios fundamentais e pela primeira vez determinou medidas específicas de assistência que poderiam ser efetuadas em toda a Igreja. Nascia o Programa de Bem-Estar da Igreja.

O Presidente Clark serviu posteriormente como conselheiro dos Presidentes George Albert Smith e David O. McKay.

Era escritor prolífero e grande orador. Seus discursos de conferência geralmente abordavam a união, a Constituição e o cuidado dos pobres.

Falando em nome da Primeira Presidência na conferência geral de abril de 1937, o Presidente J. Reuben Clark Jr. exortou os santos a viverem dentro de suas posses:

“Evitemos a dívida como se fosse uma praga. (…) Que o chefe de família verifique se tem à mão alimento e roupa suficientes, e onde possível também combustível, para pelo menos um ano. (…) Cada chefe de família deve preocupar-se em possuir sua própria casa, livre de hipotecas.
Vamos novamente cobrir-nos com aquelas excelentes e nobres virtudes: honestidade, sinceridade, castidade, sobriedade, temperança, diligência, economia; vamos abandonar toda cobiça e ganância” [1]

Desde o outono de 1937, Adolf Hitler propôs-se a expandir seu domínio anexando os povos de língua alemã da Áustria e do oeste da Checoslováquia. Em março de 1938, a Alemanha conseguiu anexar a Áustria, e em setembro,
Hitler acusou os checos de perseguirem a minoria alemã em seu país, e insistiu em seu direito de intervir. Quando os exércitos alinharam-se em ambos os lados da fronteira entre a Checoslováquia e a Alemanha, a guerra parecia inevitável. Com o aumento da tensão na Europa, as Autoridades Gerais ficaram cada vez mais preocupadas com a segurança dos missionários que lá serviam. Quando a tensão aumentou, a experiência diplomática do Presidente J. Reuben Clark foi de grande valor para a Igreja. Por meio de seus contatos no Departamento de Relações Exteriores, ele manteve os líderes da Igreja informados a respeito dos acontecimentos na Europa, quase de hora em hora. Por fim, em 24 de agosto de 1939, quinta-feira, a Primeira Presidência, pela segunda vez, ordenou a retirada de todos os missionários da Alemanha e da Checoslováquia. O Élder Joseph Fielding Smith, que estava na Europa em visita anual às missões, recebeu instruções de assumir o controle da situação. E os missionários foram retirados em segurança.

O Presidente J. Reuben Clark Jr. considerou a retirada dos missionários como um fato verdadeiramente milagroso:

“Todo o grupo de missionários saiu da Europa em três meses, numa época em que dezenas de milhares de americanos apinhavam-se diante dos postos de venda das grandes companhias de navios a vapor à procura de passagens, e os élderes não tinham feito nenhuma reserva. Toda vez que um grupo estava pronto para embarcar, havia espaço suficiente, mesmo quando as tentativas de reserva de lugar feitas algumas horas antes tinham fracassado (…) Este grande empreendimento foi realmente abençoado pelo Senhor.” [2]

Entre suas muitas contribuições para a Igreja, destaca-se o exemplo de humildade que ele demonstrou quando David O. McKay se tornou presidente da Igreja. Ele chamou o Presidente Clark para ser seu segundo conselheiro. Como o Presidente Clark vinha servindo como primeiro conselheiro nas Primeiras Presidências anteriores, alguns achavam que ele tinha sido preterido, rebaixado – mas o Presidente Clark explicou:

“No serviço do Senhor, não importa onde servimos, mas como servimos. Na Igreja de Jesus Cristo dos Santos Últimos Dias, as pessoas assumem a posição para a qual foram devidamente chamadas, algo que não se busca nem se recusa”. [3]

O Presidente Clark morreu em 6 de outubro de 1961.

Hoje existe uma sociedade de Advogados que leva o nome deste grande homem. Saiba mais aqui.

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Notas

[1]Conference Report, abr. 1937, p. 26.

[2] Conference Report, abr. 1940, p. 20.

[3] Conference Report, outubro de 1951, p. 154.

 

| Inspiração
Publicado por: Lucas Guerreiro
Escritor, Advogado, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Membro da J. Reuben Clark Law Society São Paulo. Fez Missão em Curitiba - Brasil. Gosta de desenhar, estudar filosofia, fotografar, viajar e assistir series de super-heróis.
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